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Fundamental II

[Redação] Vida Maria de Fátima


Vida Maria de Fátima

Estudante: Laura de Figueiredo Köhle

Turma: 72

 

No nordeste do Brasil morava uma família humilde de nove pessoas. Esta família era pobre, muito pobre. Eles moravam em uma casa pequena para o tamanho da família, havia apenas dois quartos para nove pessoas que lá viviam.

A casa tinha apenas quatro cômodos; dois quartos; uma cozinha/sala de jantar e o banheiro (se aquilo é considerado um banheiro). O quintal era consideravelmente grande, no meio (um pouco mais para direita) havia uma árvore bem grande  que fazia uma sombra enorme (para o sol quente que tinha lá, uma sombra era sempre bom), bem para a esquerda tinha cabras e também na esquerda (mais para o meio) tinha um portão branco, já estava um pouco gasto, a terra era seca (praticamente nada poderia ser plantado lá), a água era tirada de um poço. A escassez da água e da comida também era um problema bem grande.

A família era formada por quatro homens e três mulheres, a mãe (Maria das Dores), o pai (Gerônimo), Caio (o irmão mais velhos), Luiz (o segundo mais velho), Dolores (a terceira mais velha), João (o segundo mais novo) e Maria de Fátima (a mais nova).

Como não tinha escolas perto ou até mesmo o ensino não existia, os homens iam para roça ajudar e as mulheres ficavam em casa, para cuidar da casa. Todo dia era a mesma coisa, levanta faz o café da manhã, lava a roupa, estende a roupa, limpa a casa, vare o chão, pega a água, dá um pouco de água para as cabras, amaça o milho, faz a janta, isso todos os dias. Era a mesma rotina todo o santo dia.

Um dia Maria de Fátima estava desenhando o seu nome em um antigo caderno, e então de fora sua mãe grita:

– Maria! Oh Maria!

Mas Maria não respondeu, pois estava muito distraída desenhando o seu nome. Então sua mãe entra na casa gritando:

– Oh Maria de Fátima! Não me escuta, não?

Maria com voz e cabeça baixa respondeu:

– Desculpa mãe.

– Vai! Vai menina tem muita coisa pra fazer. Tem que varrer o pátio, tem que pegar a água… Vai! Vai!

Então lá foi Maria fazer a mesma rotina de sempre.

Mas, um dia sombrio chegou à família.

O dia amanheceu escuro, provavelmente cairia uma chuva, nem o galo tinha cantado e a casa já estava um caos total, gente correndo para um lado e para o outro na casa toda. Então Maria acorda sem saber exatamente o que estava acontecendo, estava confusa, ela só tinha oito anos de idade, ela ainda era pequena. Então ela perguntou ao seu irmão mais velho:

– Caio!

O irmão apressado para e a olha, e diz:

– Oh! Maria? Que bom que você acordou. Fizemos muito barulho? Não era para te acordar. Desculpa.

Maria o olhou e disse:

– Tudo bem! O que está acontecendo?

O irmão entristeceu a cara, e disse:

– Não, não lhe contaram – ele deu uma curta pausa e continuou – a mamãe, ela…, bom, ela…

– Ela o que menino?

Maria o interrompeu, e ele finalmente falou:

– Ela adoeceu!

– Ahm?! Como, como assim? Achei que ela tinha morrido não “simplesmente” um resfriado.

Ele a olhou e a olhou (tipo tentando entender o que passa na cabeça da pessoa) deu uma pequena risadinha e disse:

– Não é bem assim, o médico da cidade disse que a doença que a mamãe tem não é facilmente curada, ele não tem os recursos para o tratamento que ela tem que fazer, o tratamento leva messes ou até anos. Então nós vamos nos mudar para a capital, que é o único lugar que tem o que a mamãe precisa.

Maria não entendeu muito bem, mas que era greve ela entendeu, e ficou quieta.

– Maria, fale com nossa irmã, ela esta fazendo as malas dela e de João, vá!

Então foi atrás de sua irmã Dolores que esta junto com o seu irmão na sala. Sua irmã já tinha lhe visto e disse:

– Maria! Pegue tudo o que queira levar, pois já estamos saindo. Se puder vá depressa.

Então estava tudo pronto para a viagem para a capital. Lá compraram uma casinha com as suas economias. Seu pai não conseguiu um emprego de imediato, pois não sabia ler e nem escrever. Sua mãe só conseguiu entrar no tratamento pela fala. O governo obrigou os sete irmãos a entrarem em uma escola.

Na escola o primeiro dia foi bem difícil, pois (tirando o fato deles estarem no meio do ano) eles não sabiam ler e nem escrever, Maria estava no terceiro ano do fundamental I.

Lá estava ela não entendendo a maioria do que estava no quadro, sem saber ao certo o que tinha que fazer.

A professora olhou para ela e perguntou:

-Maria! Por que não esta copiando?

Ela ficou confusa com a pergunta da professora. “Como assim copiar?” Pensou Maria, e disse:

– Desculpa, mas eu…, eu, eu não sei.

A professora não entendeu o que ela queria disser então perguntou:

-Como assim “não sabe”? O que você não sabe?

Choramingando disse:

– Eu… Eu não sei escrever.

A professora ficou perplexa com o que acabara de ouvir e falou:

– Esta tudo bem! Ah, você pode vir de manhã para uma monitoria.

Já com o rosto inchado de tanto chorar Maria disse:

– Obrigada professora!

Os outros irmãos estavam em situações piores ainda, pois eles não estavam no terceiro ano do fundamental I, mas sim no fundamental II.

Maria e seus irmãos começaram a fazer aula de monitoria de todas as disciplinas. Todos aprenderam a ler e a escrever, mas infelizmente alguns tiveram que repetir o ano. Sua mãe melhorou e seus pais escolheram a ficar na capital, pois seus filhos lhes ensinaram a ler e a escrever, e seu pai conseguiu um bom emprego.

Maria de Fátima foi para uma universidade federal estudar direito e logo começou a trabalhar na sua área. Logo após a formatura casou-se com uns 30 anos, teve dois filhos e uma de suas filhas chamava Maria (para manter a tradição da família de pelo menos uma menina começar com o nome de Maria).

Mas não foi só Maria de Fátima que conseguiu grandes coisas na vida, cinco de seus irmãos viraram empresários (depois de estudarem muito), enquanto a outra irmã tornou-se arquiteta.

Todos os irmãos construíram as suas famílias e mostraram aos seus filhos a importância dos estudos. E enquanto aos seus pais, trabalham até os 65 anos e depois curtiram a aposentadoria na capital.

 

 


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